ABSTRACT
O método tradicionalmente utilizado para detecçäo de quimerismo e de recaída precoce após transplante de medula óssea é a citogenética com bandeamento. Esta técnica tem como desvantagens o tempo de análise, que pode ser inaceitavelmente prolongado, e a dificuldade de quantificaçäo. A técnica de FISH (hibridizaçäo in situ fluorescente) pode se tornar uma excelente alternativa à citogenética convencional, já que pode ser executada em células em interfase, abreviando o tempo de análise e por fornecer resultados quantificados, permitindo a determinaçäo mais clara de quimerismo. Cento e vinte indivíduos do sexo feminino e 120 do masculino foram analisados inicialmente para a determinaçäo de sensibilidade e especficidade da técnica de FISH para cromossomos X e Y. Quando utilizadas combinadamente, ambas as sondas fornecem níveis de sensibilidade e especificidade maiores que 99 por cento. Quatro pacientes, submentidos a transplante de medula óssea com doadores de sexo diferentes, foram analisados para a observaçäo de recaída precoce. Em dois casos praticamente toda a hematopoese voltou a ser do receptor, indicando recaída da doença antes que análise citogenética pudesse ser utilizada. Em um dos casos encontrou-se um estado de quimera mista sugerindo fortemente a possibilidade de recaída, o que se cofirmou algumas semanas após. O último caso apresentava hematopoese oriunda do doador, indicando que a doença de base näo havia retornado. Concluímos que a técnica de FISH é superior à de citogenética para a detecçäo precoce de recaída pós-transplante em casos onde doador e receptor säo se sexos diferentes